quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Conversas no Chiado







Um ele, e uma ela...

A ela anda pela rua com uma capa na mão repleta de folhas. Têm escritas poesias que tenta vender aos estrangeiros que de máquina fotográfica em punho assustam a pacatez de Fernado Pessoa ali mesmo na brasileira.

O ele, apenas um ele que barafusta em voz alta perante os olhares interrogativos de todos os que passam ou que bebem uma bica.

O diálogo que se ouviu foi o seguinte:


Ele - É uma vigarista. As poesias que ela tem são minhas.

Agora anda aqui na rua a vender as minhas poesias às pessoas.


Ela aproximando-se dele com a voz bem mais baixa:


Ela - Este é o meu trabalho.


Em seguida,ela, dirigi-se a uma loja de pronto-a-vestir ( não faço publicidade ) e diz algo a um segurança da loja.


Uma terceira pessoa junta-se ao diálogo. Uma senhora de idade que permanecia sentada no degrau da esplanada da brasileira. E dali, do seu poleiro, vê a cena da loja e diz:


Senhora de idade - O Sr. não é guarda-costas.


Ele aproveita para acentuar ainda mais o seu discurso.


Ele- Vai-te embora oh vigarista.



( e eu digo como diz o slogan: " As pessoas são mesmo o coração de Lisboa"!)

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