sexta-feira, 27 de novembro de 2009





Deixa ficar comigo a madrugada,

para que a luz do Sol me não constranja.

Numa taça de sombra estilhaçada,

deita sumo de lua e de laranja.

Arranja uma pianola, um disco, um posto,onde eu ouça o estertor de uma gaivota...

Crepite, em derredor, o mar de Agosto...

E o outro cheiro, o teu, à minha volta!

Depois, podes partir.

Só te aconselho

que acendas, para tudo ser perfeito,à cabeceira a luz do teu joelho,

entre os lençóis o lume do teu peito...

Podes partir.

De nada mais preciso

para a minha ilusão do Paraíso.



David Mourão-Ferreira