talvez ele soubesse até bem de mais
o que havia lá por baixo
e nunca mais o quisesse ver.
e assim mais não fazia
que pôr-se ali de pé bem alto acima da terra
a olhar através do vidro nublado
para o céu sem nuvens.
a luz fraca e fixa do céu
como nenhuma outra luz de que ele se lembrasse
dos dias e das noites
em que dia dava em noite
e noite dava em dia.
então esta luz exterior
quando a luz que ele tinha se apagou
tornou-se na única luz que tinha
até que por sua vez se apagou
e deixou-o na escuridão.(...)
Samuel Beckett