sexta-feira, 11 de dezembro de 2009








falemos de coisas concretas:


as cidades devoram-nos.


são feitas com a carne e o sangue dos homens.


a pedra é o pretexto para que resistir


seja apenas uma questão de tempo.


eu abro a minha janela e vomito na rua.


ah! Desculpa irmão que passas com uma flor


distraída e uma mulher apaixonada pela mão.


eu estou cansado de afogar anjos na retrete.


atalham-se caminhos no peito dos incautose a máquina roda pela mão dos mais audazes.


no entanto, a coragem tem a cor de uma gravata


e pagamos a vida como qualquer imposto.


o amor dói como um sorriso


que anula todas as respostas.


os tecnocratas barbeiam-se como se fossem deuses.


e cagam-se como se fossem homens.






joaquim pessoa

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