não suporto mais seguir-te no teu labirinto. sinto-me tão pequena.
há uma mosca pousada no tecto. sinto-me enlouquecer.
disseste-me ainda que as carícias não atravessam a pele. sacrificas-me.
deixei-te por duas vezes, voltei duas vezes.
estás em mim como uma ferida. não devia ter vindo. não nos entendemos.
o nosso desejo, o nosso prazer são dolorosos.
fazes-me mal e pedes-me para não gritar. ainda ousas dizer que te pertenço.
desintegro-me nos teus braços, disformo-me. bebo aguardentes que me queimam.
começo a odiar-te. há um polvo morto sobre o mármore da cozinha.
continuo ao mesmo tempo a amar-te desmedidamente.
Pedro Paixão
1 comentário:
a contradição que morde!!
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